segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Homem da Terra




O filme conta a história de um "desafiante da morte", um homem que tem milhares de anos e que a cada 30 anos desfaz-se de sua história pessoal para poder continuar vivendo. Numa conversa com amigos de formação intelectual avançada ele resolve contar o seu segredo, a sua condição de imortalidade, produzindo uma série de conflitos e questionamentos em seus ouvintes.

Uma festa de despedida ao professor John Oldman - e nunca um apelido descreveu tão bem o seu possuidor - muda inexplicavelmente de intento quando este decide contar aos seus amigos que tem... 14 mil anos. Dando ordem a uma larga e extensa discussão científica entre alguns dos mais conceituados professores da Universidade em que leccionava, todo o tipo de dogmas, desde dos religiosos aos científicos, são colocados sobre suspeita, num ambiente céptico e pirrónico que irá provocar algumas crispações. Baseado na última obra de uma dos mais aclamados escritores de ficção científica, Jerome Bixby, "The Man from Earth" é, mais do que um bom filme, uma grande lição sobre a história do nosso planeta.
Envolto num vulgar e ingénuo cenário, interpretado por um elenco não mais do que competente, produzido com um orçamento extremamente limitado... mas proprietário de um argumento fabuloso, mesmo que utópico, "The Man from Earth" - filme que ganhou fama devido à permissão pública do seu produtor para que qualquer cinéfilo fizesse o seu download da Internet, de forma livre - é um daqueles pequenos tesourinhos independentes que ocasionalmente aparecem na indústria e que se transformam rapidamente numa obra de culto, conquistando de forma arrebatadora milhares e milhares de admiradores. Isto porque, e como diz o povo, a mestria está na simplicidade e "The Man from Earth" - neste momento arrepiei-me com uma possível tradução lusa ao título - conquista e prende o espectador sem grandes artimanhas ou qualquer efeito especial de pós-produção. Tal como se de uma peça de teatro se tratasse. A prova de que por vezes basta uma cuidada narrativa, dois bons actores como John Billingsley e David Lee Smith e uma realização segura, para moldar um filme hábil e completo.